
Nota: 70 (Bom)
É admirável, no entanto, que agora com a poeira baixada, a Fox não tenha recorrido ao caminho fácil de recomeçar a franquia propriamente dita. A coragem do estúdio é valorizada como um esforço, e algo mais criativo. Pensar num jeito de seguir é sempre mais difícil do que simplesmente jogar tudo pro alto e começar de novo. Wolverine Imortal é o primeiro filme da franquia que continua o terceiro filme da série, coisa que o vindouro X-Men – Dias de um Futuro Esquecido também fará.

Num bar, a mutante japonesa de cabelos vermelhos, Yukio, vivida pela exótica modelo Rila Fukushima, o encontra e o convence a ir com ela para o Japão. Um antigo amigo, da Segunda Guerra Mundial, está morrendo e deseja se despedir. Chegando lá, o protagonista envolve-se numa intrincada trama familiar, que em parte lembra o mistério do excelente Os Homens que Não Amavam as Mulheres, dadas as devidas proporções e objetivos dos dois filmes. No entanto, não deixa de ser interessante ver um filme de herói de quadrinhos apresentado dessa forma.
Temos um patriarca moribundo, uma herdeira fragilizada e perseguida, um sucessor renegado e amargo, a Yakuza (máfia japonesa), familiares bastardos, políticos corruptos, clãs de ninjas, uma mutante venenosa, e é claro, o aguardado vilão Samurai de Prata, afinal ainda trata-se de um filme de quadrinhos. A complexa trama poderia render uma obra-prima, caso o objetivo fosse uma produção adulta. Mas Wolverine Imortal, obviamente, é mirado ao grande público jovem que lota os multiplex.
Então, o desenvolvimento da trama e seus personagens precisa dar espaço de tempos em tempos para uma grandiosa sequência de ação, e cenas de luta. O filme não desaponta em nenhum dos quesitos. Possui personagens bem delineados, em especial as duas personagens femininas principais, a herdeira Mariko, vivida pela bela Tao Okamoto; e a guerreira corajosa e bastarda, Yukio, a melhor personagem do filme. As cenas de ação também estão aqui, em menor escala em relação ao videogame em celuloide conhecido como X-Men Origens: Wolverine.

E aqui é justamente essa a decisão acertada, jogar o protagonista dentro de uma espécie de thriller dos quadrinhos. Para os fãs mais ardorosos, a caracterização do Samurai de Prata, grande vilão do filme (por assim dizer), pode ser insatisfatória. No demais, Wolverine Imortal se sai muito bem, e já prepara o terreno para o próximo ano. Fiquem depois dos créditos.