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Relativy Media apresentou na
Comic-Con
2011 um painel do épico grego
Imortais
(
Immortals), novo filme do cineasta indiano
Tarsem Singh
(
A
Cela).
Devido ao primeiro trailer e à produção de
Mark Canton
e
Gianni Nunnari, o filme tem sido criticado pela semelhança
com
300, que eles também produziram. O elefante foi rapidamente
removido da sala, porém. Canton garantiu que o filme está sendo 100% criado a
partir da visão de Singh.
"300
não tem nada a ver com esse
filme", disse.

Singh também começou de certa maneira se desculpando pela primeira prévia
divulgada. "Imortais
é mais sombrio e violento que o trailer. Esse vídeo que
está circulando é para todos os públicos, não poderia ter as coisas que estão no
filme". Para provar isso, o cineasta imediatamente exibiu o novo trailer,
em 3-D. E, realmente, ele é muito melhor do que o primeiro e composto quase que
integralmente por cenas de ação, estilizadas e brutais.

Os produtores explicaram então que a visão de Singh foi muito inusitada desde
o princípio.
"Ele queria deuses mais jovens e agressivos, furiosos. Um grupo
que não dependesse dos humanos para lutar. Eles sujam as mãos", disse
Canton. Singh explicou que teve essa ideia ao pensar sobre os deuses e o panteão
greco-romano.
"Não quis a versão convencional deles, que já existe aos
montes em todas as mídias. Além disso não é possível vencer a literatura, mas
podemos buscar novas interpretações de deuses antigos, algo que imagino que vá
irritar algumas pessoas. Na verdade, não entendo o envelhecimento de deuses. Se
você pudesse viver para sempre e fosse todo-poderoso gostaria de parecer quem?
Um velho ou um belo guerreiro?. O diretor contou então uma história
divertida sobre sua vida e sua relação com a espiritualidade.
"Eu não tinha
curiosidade sobre divindades e sempre fui ateu. Mas há alguns anos minha mãe me
disse: 'seu idiota, como você acha que é tão bem-sucedido? foram minhas preces'
- então tive que aceitar essa sabedoria e comecei a ficar curioso com um filme
de divindades".

Singh comentou também sobre o 3-D estereoscópico, que ele acredita ser uma
evolução natural de seu trabalho.
"Eu tento usar o 3-D de uma maneira
criativa. Meu estilo é bastante estático e funciona muito bem com o 3-D. Não uso
as câmeras tremidas que são moda e que podem tornar difícil a experiência do
3-D. Essa é uma ferramenta interessante e você precisa estar pronto para ela,
pensando nela desde o início. Mas é preciso tomar muito cuidado com isso porque
os filmes estão ficando velhos muito rápidos. Eu sei que o meu ficará datado
também, mas posso tentar minimizar isso".

Sobre os motivos que o levaram a aceitar o projeto, o cineasta revelou que
teve uma experiência tão ruim com seu último filme que queria algum conforto
desta vez.
"Eu tive uma experiência selvagem em The Fall,
no melhor
estilo de Coppola em Apocalipse Now,
passando por dezenas de países,
enfrentando os elementos e gastando todo o meu dinheiro. Então queria uma
experiência toda em estúdio desta vez. Toda em estúdio e controlada, sem
sofrimento".
Outra diferença em relação a
300 é que há muitos sets reais
.
"Queria mais coisas para com os atores interagirem, para que eles sentissem mais
a realidade do filme", comentou o diretor.
Os atores nesse painel estavam um tanto apagados. Falaram pouco e deixaram o
divertido cineasta segurar sozinho os 45 minutos da apresentação, que teve um
longo clipe de batalha exibido duas vezes. A prévia mostrou uma batalha entre
deuses e demônios dentro de uma espécie de templo ladeado por estátuas
gigantescas. A brutalidade prometida pelo diretor no início do painel veio
realmente à superfície na cena. Basicamente foi um combate supercoreografado,
com os protagonistas movendo-se em velocidade levemente superiora à do seus
oponentes. É como se fosse uma versão 2.0 de 300, cheia de golpes giratórios e
quase como uma dança. Em contraste com a beleza dos movimentos, corpos eram
despedaçados e cabeças rolavam.