Os Três Mosqueteiros - CRÍTICA
A história escrita por
Alexandre Dunas em 1844 já foi contada nas telas de cinema mais
de cinco vezes e seus personagens já foram interpretados por atores como
Gene Kelly e Chris O’Donnell. Como já era de
se esperar, a versão do século 21 conta com um diferencial bem típico da nossa
época, o 3D. Dessa vez o artifício não decepciona (como tem acontecido
ultimamente) e a tecnologia é muito bem usada, sem exageros.
NOTA: 80
Os Três Mosqueteiros- assista ao Trailer
E o melhor, a escuridão causada
pelos óculos incomoda pouco, já que a fotografia do filme é bem
clara.
A trama se passa na França
comandada pelo inexperiente e despreparado Rei Luis XIV (Freddie
Fox), que recebe conselhos a todo momento do ambicioso e maquiavélico
Cardeal Richelieu (Christoph Waltz) – a quem pertence a tropa
dos cavalheiros, contra os quais Athos, Porthos e Aramis (Matthew
Macfadyen, Ray Stevenson e Luke Evans), brigam para mostrar ao Cardeal
que não caem no seu papo e estão dispostos a desafiá-lo.
O longa possui ainda outros dois
vilões, Rochefort (Mads Mikkelsen) e o Duque de Buckingham
(Orlando Bloom), além da Lady De Wintera (Milla
Jovovich), uma dama que está sempre do lado de quem lhe convém e não se
importa em mudar de time se necessário.
Para completar, um dos personagens
mais emblemáticos da literatura francesa, D´Artagnan (Logan
Lerman, o primeiro a interpretá-lo em sua idade verdadeira), é um jovem
do interior que parte para Paris para se tornar um mosqueteiro, assim como o
pai. Sem papas na língua e com nenhuma intenção de levar desaforo para casa, o
rapaz destemido e impetuoso arruma briga exatamente com os três mosqueteiros,
juntando seu frescor à maturidade deles. Não antes, porém, de conhecer uma bela
garota, é claro. Afinal, mosqueteiro que é mosqueteiro está sempre jogando
charme para alguém.

A superprodução tem como uma de
suas melhores características a direção de arte, a qual às vezes passa
despercebida ao olhar do espectador. Os cenários, locações e figurinos são
esplendorosos e muitas vezes divertidos, como é o caso do guarda-roupa do rei,
sempre muito preocupado com a moda e com o que o Duque de Buckingham anda
vestindo. A brincadeira com a pompa de suas roupas (incluindo sempre suntuosos
chapéus) traz boas piadas. Milady é outra que sempre usa lindos vestidos, exceto
quando o diretor resolve dar às cenas um tom de Matrix
misturado com As Panteras. Nessas horas é melhor entrar na onda
e ignorar a breguice.
Waltz e
Mikkelsen se mostram mais uma vez como vilões horripilantes,
enquanto Orlando Bloom traz um vilão mais bem humorado e
gostoso de acompanhar. Humor esse que claramente foi um dos pré-requisitos para
praticamente todo o elenco, pois as piadas e “gracinhas” são constantes. Não se
trata de alívios cômicos e sim de uma quase mistura de gêneros. Até a trilha
sonora ajuda nessa vertente cômica, como a usada em Piratas do
Caribe.
Apesar de não ser um longa da
Disney, Os Três Mosqueteiros tem muitas características do
estúdio e segue o padrão de A Lenda do Tesouro Perdido e
As Crônicas de Nárnia. Fora essa mistura entre ação e comédia,
as lutas sem sangue e a ausência de cenas fortes (seja de violência ou sexo) são
fatores típicos desses filmes voltados também ao público infantil. Não é à toa
que a estreia no Brasil acontecerá no dia 12 de outubro. O longa vale uma
continuação e, é claro, a brecha para tal já foi dada